Spanking: tudo o que precisa de saber

Como praticar o spanking
EroticFeel 05/01/2022

Os fãs da 'The Big Bang Theory' recordarão a cena. Sheldon repreende a Amy por ela ter fingido estar doente. Merece ser castigada, diz ele. Umas palmadas, nem mais, nem menos. Um contacto físico nada habitual entre eles. A não-tão-inocente cientista inclina-se sobre os joelhos do seu namorado para receber a sua penitência. O tom é cómico, é claro, mas a expressão da Amy reflecte perfeitamente a excitação do momento. "Não sei de nada mais magnífico do que umas nádegas que tremem sob uma mão, se endurecem, e depois imploram por mais uma palmada. Rendem-se e rebelam-se no mesmo movimento...” (A Arte da Palmada,Jean-Pierre Enard).

A flagelação erótica não é novidade. Não há vocação punitiva, não é um castigo real, nem existe qualquer violência no acto. O próprio verbo é sugestivo, erótico, e deveria (felizmente este parece ser o caminho) ser completamente desvinculado do conceito de correctivo infantil. Também do machismo e despeito do comentário Nietzsche introduzido em "Assim falava Zaratustra"(1883): "Se for falar com as mulheres, não esqueça do chicote" Nudez, excitação, indefensabilidade voluntária, adrenalina. O corpo produz endorfinas, o prazer corre à solta.

O que é o ‘spanking’?

O gosto por dar ou receber palmadas num contexto erótico, isso é o 'spanking', e a sua origem é facilmente rastreável ao longo da história. Vemo-lo, por exemplo, numa pintura etrusca datada de cerca de 490 a.C. e localizada em Tarquinia (Itália), a chamada "Tumba das flagelações" mostra dois homens a chicotear uma mulher nas nádegas para fins sexuais. Os antigos romanos deram a esta prática poderes quase mágicos e, nas Lupercales, os homens corriam por aí a açoitar qualquer um que encontrassem com chicotes de couro para aumentar a fertilidade das mulheres e a virilidade dos homens. De facto, em "O Satiricon" de Petrónio, a sacerdotisa aconselha a tratar a impotência de Encolpius, chicoteando-o com ramos de urtiga (muita comichão, não é recomendável).

E chegamos à Inglaterra vitoriana e ao costume generalizado de disciplinar os jovens a bater-lhes no rabo até ficar vermelho como um tomate. 'The English Vice' é um livro do historiador Ian Gibson sobre a ligação vitoriana entre o castigo e o prazer sexual: "Na minha opinião, nenhuma discussão sobre a sexualidade britânica é possível sem ter em conta o sistema de caning (fustigação) que, com origem nas escolas públicas, se espalhou por todo o lado. Impotentes sem recurso à flagelação, real ou imaginária, as inúmeras vítimas do sistema não só foram condenadas a uma vida de desejos vergonhosos e indizíveis, o que tornou difícil, se não impossível, uma relação conjugal satisfatória, mas a sua condição deu origem a um verdadeiro oceano de pornografia em que as desejadas cenas de juventude e as suas ramificações foram recriadas ad-infinitum".

Longe da análise e da interpretação, ficar com tesão ao dar ou apanhar palmadas não é mau, patológico ou cruel. Trata-se de um jogo físico e mental em que ambos os participantes têm de concordar. Os papéis são estabelecidos e existe uma intimidade que é difícil de reproduzir noutras situações.

Como praticar o spanking?

De acordo com um estudo realizado por uma conhecida marca de brinquedos sexuais, 70% das mulheres e 64% dos homens ficam mais excitados quando as palmadas são incluídas no acto sexual. Há mesmo especialistas, como Carol Queen, autora de 'Exhibitionism for the shy', que argumentam que uma palmada nas nádegas poderia estimular as terminações nervosas da vagina. Mas como deve ser feito?

Sempre nas nádegas, sem subir em direcção aos rins. As palmadas podem ser dadas , embora de forma mais ligeira, na parte superior das coxas. É preciso controlar o ritmo e a intensidade. Primeiro, prestando atenção à resposta da outra pessoa, à forma como o seu corpo reage, e depois aumentar a pressão até ao ponto certo.

Esta não é uma prática perigosa, mas mesmo assim, se é a primeira vez que o fazem juntos, é uma boa ideia determinar antecipadamente até onde estão dispostos a ir, deixando sempre espaço para alguma espontaneidade. As palmadas podem fazer parte dos preliminares ou podem ser dadas no meio da relação sexual, é tudo uma questão de gosto. E sim, há posições que facilitam o spanking: deitada (ou deitado, aqui não há sexos) de joelhos, à canzana ou, durante a penetração, em cima do parceiro.

Use acessórios eróticos

Há aqueles que preferem uma mão firme e aqueles que procuram um toque diferente, uma outra firmeza ou uma intensidade distinta. E é para isso que servem os acessórios para spanking, complementos para diversificar o jogo, para experimentar, para torná-lo mais refinado ou mais intenso. Porque bater com a mão não é o mesmo que bater com um chicote, uma chibata ou uma palmatória, cada experiência é diferente.

Chicotes

De couro, borracha, couro vegan sintético, curtos ou compridos, com pega metálica, de madeira, de vidro, existem muitos tipos de chicotes sexuais, só tem de escolher aquele que melhor se adapta às suas necessidades, aquele que se tornar uma extensão da sua mão.

Chibatas BDSM

Firmes e flexíveis, feitas de verniz ou de couro sintético, com diferentes formas nos extremos e um toque muito suave, as chibatas BDSM são um dos acessórios para spanking mais sofisticados que existem.

Palmatórias BDSM

Conta a lenda que o actor Jack Nicholson costumava armar-se com uma raquete de pingue-pongue quando queria açoitar as suas amantes até ao orgasmo. Mas a verdade é que não precisa de usar o seu equipamento desportivo, existem palmatórias especificamente concebidas para o spanking mais prazeroso.

Dicas para principiantes em ‘spanking’:

  • Lembre-se que este é um jogo sem qualquer conotação violenta ou machista.
  • Discuta-o previamente com o seu parceiro.
  • É melhor começar suavemente.
  • As palmadas devem ser sempre nas nádegas e, em qualquer caso, na parte superior das coxas, nunca nas costas.
  • O mais importante é o ritmo e a intensidade.
  • Se é você que está a dar as palmadas, preste atenção à resposta do seu parceiro.
  • Se é quem está a apanhar, diga-lhe se está a gostar, se não, diga-lhe para parar.

A dor, dependendo de onde, como e com o que é aplicada, pode ser incrivelmente gratificante.

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